quarta-feira, 10 de março de 2010

Passos curtos, mas caminhando

 

" Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; 

e, de tudo o que se deseja, nada se pode comparar com ela." 

Provérbios 8.11

Brasil e os biocombustíveis

O Programa Nacional do Álcool (Próalcool) conseguiu, após 30 anos de ser lançado, colocar o Brasil como referência mundial na produção de álcool combustível. Mesmo que alguns especialistas avaliem que o Etanol como biocombustível está se destacando na área comercial e pouco na ambiental é importante ressaltar que o etanol está presente em 22% dos veículos leves e pesados. A estimativa da presidência da Petrobras é que os modelos flex fluel somarão 75% da frota em 2020.
No entanto, alguns pontos precisam de ajustes. O Brasil precisa se preparar respostas para questões importantes que já estão em debate como por exemplo: qual a qualidade da produção desse biocombustível? Quais as respostas tecnológicas necessárias? Quais os desafios nas rodadas de negociações sobre comércio mundial? Como fazer a produção sustentável, de modo a não emitir mais poluentes no processo de produção e respeitar os direitos dos trabalhadores do campo? Ou ainda, como aumentar a produção sem ampliar a área de plantação de cana de açúcar em áreas de florestas? Como a produção do Etanol pode afetara produção de alimentos?
Alguns estudos analisaram as áreas com potencial de produção já existentes, tendo em consideração o dado de que a cana vem se expandindo à média de 10% ao ano no país. Especialistas da Universidade de Campinas (Unicamp) defendem que a expansão deve levar em conta somente as regiões que já sofreram interferência humana e estão degradadas. Considerando esse cenário, estima-se a produção nos próximos 20 anos de 200 bilhões de litros de etanol para o cenário de 10% de substituição na gasolina e de 100 bilhões para o de 5%.
O biodiesel também é outro antigo projeto brasileiro. Desde a década de 1970, vários projetos de pesquisa de uso de óleos vegetais para produção de combustíveis vêm sendo desenvolvidos no país. Apesar de muitos avanços, ainda hoje os desafios tecnológicos e econômicos para seu uso em larga escala estão a ser superados. Há quem defenda que o biodiesel deveria ser revisto como política de energia renovável no Brasil e também que a escolha das matérias-primas para produção desse biocombustível não priorize a soja, como acontece atualmente. O óleo da mamona e da semente do girassol são algumas alternativas.


Pessoal juntamente com meus amigos da câmara dos vereadores de Goianesia, consegui trazer a conscientização pelos produtos sustentaveis,  atualmente somente usamos papel A4 reciclavel, cada dia um passo.

terça-feira, 9 de março de 2010

ta frio ou ta quente?

"Os Meus pensamentos não são os teus pensamentos, 

e os Meus caminhos não são os teus caminhos, 

diz o SENHOR. Porque assim como os céus 

são mais altos que a terra, assim são 

os Meus caminhos mais altos que os teus caminhos, 

e os Meus pensamentos mais altos que os teus pensamentos." 

(Isaías 55:8-9) 

 

 

Pra quem acha que o frio na Europa e EUA significa o resfriamento global

Sairam os dados da temperatura e cobertura de gelo do Ártico no mês de fevereiro.
Essa primeira imagem mostra que a cobertura de gelo nesse mês foi a quarta menor desde que começaram as medições por satélite, em 1979. Mas, deixemos o dado anual de lado. Dá só uma olhada na linha que representa a média histórica e no tamanho da queda. 1 milhão de quilômetros quadrados a menos !!!

Média histórica do gelo no ártico em fevereiro

Média histórica do gelo no ártico em fevereiro
A próxima imagem é pra quem acha queo mundo está resfriando, só porque fez um baita frio na Europa e Costa Leste da América do Norte. Ela representa as anomalias (diferenças) nas temperatura medias neste mês de fevereiro, em relação a média histórica. As cores verde, amarelo, laranja e vermelho representam temperaturas mais quentes. O vermelho significa que a temperatura estava no mínimo 12 graus acima do normal. Os tons de azul representam temperaturas mais frias. O azul mais escuro que se vê representa uma temperatura 4 graus mais baixa. Agora meça o tamanho das áreas e as diferenças de temperatura. Na média, fez mais calor ou mais frio? O ponto é que fez mais frio onde tem mais gente, mais tevê para mostrar, mais jornal pra escrever. Ai parece que só esfriou.

Anomalias da temperatura do ar - fevereiro 2009
Anomalias da temperatura do ar - fevereiro 2009


"Evitar todo o mal, cultivar o bem, purificar a própria mente: esse é o ensinamento do Buda." (Dhp 183.) 

sábado, 6 de março de 2010

SuperWoman

Parabens para todas mulheres de Goianesia pela sua força e vontade em fazer desta cidade melhor para todos que aqui vivem...

(In)segurança climática

Seria inútil pensar em eliminar a extrema pobreza que ainda afeta 1 bilhão dos habitantes do planeta e criar condições objetivas para incluir no mercado dois terços da população mundial, se não formos capazes de controlar os efeitos devastadores do aquecimento global. Secas, enchentes, perda da biodiversidade, incêndios, redução da produção de alimentos são alguns impactos ambientais, sociais e econômicos previsíveis. A parcela menos favorecida da população seria (ou será) afetada de forma mais intensa e dramática. 
As dificuldades para se estabelecer mecanismos de aceitação global para lidar com a questão da energia e do clima são evidentes. Mais de dez anos depois da formulação do Protocolo de Quioto, os negociadores chegaram ao “mapa do caminho” à procura de consenso num jogo de interesses extremamente conflitantes. Diante desse quadro, há uma forte tendência para que a descarbonização do setor produtivo seja regulada por iniciativas de âmbito nacional ou regional, com acordos bilaterais.
As empresas já sofrem pressões da sociedade – com imposições legais ou do próprio mercado – para incorporar o tema em suas estratégias de negócio. Algumas companhias com visão de longo prazo, mesmo que estejam em países onde ainda não há limites legais, adotam metas voluntárias.
Já são muitos – mas ainda insuficientes, dada a dramaticidade do desafio – os exemplos de empresas que se anteciparam às regulamentações futuras, pondo em prática metas internas de redução de emissões, seja por controle de seus processos produtivos, seja por adoção de novas tecnologias na produção e utilização de energia.
A Petrobras incluiu voluntariamente em seu Plano de Negócios de 2007 a 2011 o objetivo de evitar a emissão de 18,5 milhões de toneladas de gases de efeito estufa naquele período, mediante melhorias tecnológicas e operacionais, tais como o incremento da eficiência energética, a redução da queima de gás associado (gas flaring) e a substituição de combustíveis.
A Alcoa – líder mundial na produção de alumínio – antecipou-se às normas legais e, por iniciativa própria, decidiu traçar metas de redução. Até 2015, a produção de alumínio em todas as unidades da Alcoa, inclusive as instaladas no Brasil, atingirá a meta de emissão zero. A Plantar, grupo do setor florestal e de siderurgia sediado em Minas Gerais, diminuirá a concentração de CO2 na atmosfera em aproximadamente 12,8 milhões de toneladas dentro dos próximos 25 anos, com um projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). CO2
Outros passos importantes estão sendo dados nessa direção. Sob a liderança do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), sete grandes empresas e quatro entidades civis superaram divergências secundárias e lançaram, em abril de 2007, o Pacto de Ação em Defesa do Clima. Neste documento, Alcoa, Aracruz, EcoSecurites, Furnas, Petrobras, Shell, Souza Cruz e Votorantim, ao lado do Greenpeace, da OAB-SP, da TNC e do WWF-Brasil, assumiram publicamente o compromisso de trabalhar, com base em ações concretas, para que a sociedade brasileira se mobilize e preste fundamental contribuição para vencer o ousado desafio levantado pela Convenção Mundial do Clima: que a elevação da temperatura média do planeta não ultrapasse 2ºC até 2100.
Os signatários do Pacto de Ação em Defesa do Clima assumiram publicamente o compromisso baseado em dez pontos fundamentais, que sintetizamos a seguir:
  1. Fim do desmatamento, com garantia de maior governança nas florestas na Amazônia, na Mata Atlântica e em outras regiões florestais brasileiras.
  2. Fomento a iniciativas que visam a incorporar à matriz brasileira, de forma sustentável, energia proveniente de fontes renováveis.
  3. Conscientização da sociedade quanto aos efeitos adversos da mudança do clima;
  4. Identificação das vulnerabilidades do País à mudança climática.
  5. Estabelecimento de metas de redução de emissões, com envolvimento de instituições públicas, privadas e da sociedade civil.
  6. Ampliação da Comissão Interministerial de Mudanças do Clima, de forma a assegurar a participação ativa de outros setores da sociedade.
  7. Pesquisas que promovam o valor econômico de nossa biodiversidade.
  8. Consideração e priorização das questões socioambientais nos programas e nas ações dos Planos Plurianuais.
  9. Estímulo à disseminação de exemplos positivos.
  10. Fomento ao desenvolvimento de um mercado nacional para energias limpas como solar, eólica, pequenas centrais hidroelétricas e outras.
O lançamento do pacto ganhou grande repercussão na sociedade brasileira. Foi amplamente debatido na Câmara dos Deputados com os 50 integrantes da Frente Parlamentar Ambientalista e com representantes do Ministério do Meio Ambiente, do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Ciência e Tecnologia.
A mobilização, nesse contexto, é crescente. O setor empresarial brasileiro tem participado das conferências internacionais do clima de forma cada vez mais intensa. Na COP 13, em Bali, foram lançadas duas importantíssimas publicações – uma sobre biocombustíveis e outra sobre florestas. Ambas estão disponíveis na área de mudança do clima no site do CEBDS. E mais recentemente, o CEBDS e a Fundação Getúlio Vargas estão promovendo uma série de workshops para disseminar no País o Protocol GHG (Greenhouse Gas Protocol), a mais consagrada ferramenta destinada a calcular os níveis de emissões de gases de efeito estufa por empresas do mundo e que agora está sendo adaptada à realidade brasileira.
Tais ações deixam claro o quanto é pertinente a reivindicação do setor empresarial de assegurar assento nos fóruns de decisões para definir políticas nacionais de mudança do clima. De igual forma, reforçam nossa convicção de que o entendimento articulado e transparente entre os principais setores da sociedade – empresas, governos e entidades civis – é fator imprescindível para atender ao senso de urgência e cumprir a meta de eliminar a pobreza sem comprometer a segurança climática e os demais ativos ambientais. 
* Fernando Almeida é presidente-executivo do CEBDS e autor do livro “Desafios da sustentabilidade – uma ruptura urgente”.