sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Nordeste desponta como potencial de energia eólica




 
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Programa Zoneamento Ecológico-Econômico
 



O Nordeste brasileiro é uma macrorregião muito diversificada do ponto de vista do seu quadro natural, das suas formas de ocupação demográfica, das atividades econômicas ali existentes e das condições sociais e culturais  de sua população.

O ZEE Nordeste propõe  a  montagem de um sistema pelo qual serão construídos os arranjos institucionais e técnicos que possibilitem a articulação dos atores envolvidos no contexto da gestão territorial. Este sistema utilizará dois instrumentos-base: os Cenários para o Bioma Caatinga e a Rede Virtual de Informações da Caatinga (RVC), via pela qual trafegarão todos os subsídios para a gestão ambiental e territorial.

O ZEE Nordeste terá como base o bioma Caatinga, expandindo-se para toda a região, englobando a Mata Atlântica, na zona úmida costeira; Mata de Cocais, no meio norte, na faixa de transição para a Amazônia; e Cerrado, na porção ocidental.

A Caatinga  é o maior  bioma da  região  nordeste, ocupando aproximadamente 60% da região, com 844.00 Km², onde vivem cerca de 28 milhões de pessoas.  É o bioma  semi-árido mais biodiverso do mundo e o menos  conhecido do país, sendo o único exclusivamente brasileiro. Embora as populações do semi-árido tenham uma estreita dependência com a biodiversidade da Caatinga, a ocupação do bioma tem sido cada vez mais predatória.  De fato, 62%  das áreas susceptíveis à desertificação estão na caatinga, muitas delas já atingidas por este processo.

O ZEE Nordeste é um instrumento fundamental para o planejamento do território e para o desenvolvimento sustentável da região. Promove a articulação política, a participação social e a resolução de conflitos relacionados ao ordenamento territorial. Com base nos levantamentos cartográficos georreferenciados, nos bancos de dados gerados e nos conhecimentos adquiridos será possível classificar e mapear diferentes sub-regiões segundo categorias de análise diversas.

Assim, poder-se-á caracterizar zonas do território dotadas de oportunidades, áreas com problemas infra-estruturais a serem equacionados, espaços ambientais ameaçados e segmentos geográficos passíveis de ações estratégicas para o desenvolvimento econômico e social. Essas ações servirão de base à definição de políticas públicas que orientarão os diversos níveis decisórios na adoção de políticas convergentes com as diretrizes de desenvolvimento sustentável.

Neste contexto, é fundamental para a Caatinga e todo o Nordeste a utilização do Zoneamento Ecológico-Econômico como instrumento para a promoção da conservação e do uso sustentável, uma vez que o ZEE irá orientar os melhores usos da terra para cada situação ecológica, econômica e social presente na região, assim como dará suporte para as atividades de monitoramento e fiscalização.







 
 
 
 
Nordeste desponta como potencial de energia eólica


Cada vez mais indústrias do segmento estão aportando nos estados nordestinos em função da viabilidade de ventos

O potencial eólico do Nordeste já era conhecido. Com a instalação de fabricantes de equipamentos neste segmento, a região passa a despontar como o maior mercado eólico do país. Cada vez mais indústrias estão aportando nos estados nordestinos, a exemplo da espanhola RM Eólica, inaugurada nessa semana em Suape. A vinda desses empreendimentos estão viabilizando a construção dos parques por um custo menor.

No primeiro leilão de compra de energia de reserva voltado exclusivamente para a fonte eólica, em dezembro do ano passado, dos 71 projetos de geração contratados para fornecer energia ao país a partir de 2012, 63 estão instalados no Nordeste. Foram 23 no estado do Rio Grande do Norte, que concentrou 657 MW (megawatts), 21 no Ceará, com 542 MW, 18 na Bahia, com 390 MW, e uma em Sergipe, com 30 MW. A participação da região no próximo leilão, previsto para junho deste ano, não deve ser diferente.

Já existem 399 projetos de centrais de eólicas cadastrados, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Desses, 312 estão no Nordeste. São 8,3 mil MW de um total de 10,5 mil MW inscritos. Há projetos na Bahia (53), Ceará (106), Pernambuco (1), Piauí (18), Rio Grande do Norte (133) e Sergipe (1). Fora do Nordeste há apenas 87 propostas para o Rio Grande do Sul. Ou seja, é no Nordeste que a geração de energia pela força dos ventos está acontecendo. Os fabricantes de equipamentos estão percebendo essa concentração e resolveram apostar na região.

Em Pernambuco, já operava em Suape a Impsa, uma indústria argentina de turbinas eólicas. Nessa semana, foi a vez do grupo Gestamp inaugurar a RM Eólica, que irá produzir 1 mil torres por ano - quase todo o volume necessário para montar os parques aprovados no primeiro leilão para o Nordeste. Na ocasião, o mesmo grupo espanhol também anunciou a instalação de uma segunda unidade no estado para produzir flanges, um componente usado na montagem das torres. E a vinda de empreendimentos não param por aí. Grandes fabricantes já planejam reforçara produção de equipamentos no Nordeste. Na produção de torres, uma das interessadas é a Engebasa. Na produção de turbinas, a região ganhará unidades da Alston, Suzlon e Vestas. E a Tecsis também estuda a instalação de uma planta para produzir pás. Suape, inclusive, é um dos pontos cogitados.

Para se ter ideia, até 2006, a Wobben era o único fabricante de equipamentos eólicos em todo o país. Por muito tempo, a falta de uma produção nacional foi um entrave para o desenvolvimento dessa matriz energética. Aos poucos, o país foi atraindo fabricantes e algumas empresas também foram direcionando a sua produção para o segmento eólico. Mas a maior parte da produção ainda se concentra no Sudeste.

"Agora os principais fabricantes, se já não estão instalados no Nordeste, estão planejando se instalar na região", conta Pedro Perrelli, diretor executivo da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeólica). "É preciso ter 60% de equipamentos nacionais para conseguir financiamento. Mas se fosse trazer apenas uma torre de São Paulo em carreta teria um custo de R$ 300 mil", calcula Everaldo Feitosa, diretor da Eólica Tecnologia, empresa que acaba de montar três parques eólicos no estado com torres produzidas em Pernambuco. "A vinda dessas indústrias é fundamental para viabilizar os parques eólicos no Nordeste, barateando o custo da energia gerada", comenta.


Fonte: Diário de Pernambuco/Mirella Falcão
 

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