domingo, 20 de dezembro de 2009

Epoca de grandes movimentos e poucas decisões

Copenhague, um escândalo histórico, 
LÍDERES, ONDE VCS SE ENCONTRAM, 
e agora planeta TERRA, 
quem poderá nos AJUDAR?
(Cirisley Steinberg)



COP 15

O que fica depois da tempestade? Continuar o trabalho

Há tanta coisa a dizer sobre a COP 15 que eu me freio. Vou cansar todos nesse domingo se falar tudo de uma vez. Mas o que eu vi acontecer diante dos meus olhos acho que nunca vou ver. Uma cobertura jornalistica gigantesca, uma sucessão de inesperados, e um fim espantosamente triste. Os líderes não ouviram a ciência e não viram a história.

O presidente Barack Obama saiu de Copenhague menor do que chegou: ele errou sistematicamente nesta COP. Talvez o único bom momento tenha sido aquele em que ele atravessou o corredor e foi para a sala do BASIC (Brasil, Africa do Sul, India e China) e disse: Lula, me deixe sentar ao seu lado. E a partir daí passou a conversar diretamente com a China para resolver um dos impasses, o de como verificar as ações nacionais de combate à mudança climática. Não era o maior dos impasses, mas EUA e China fizeram dele um cavalo de batalha.

Mas Obama chegou tarde, tratou os outros líderes com desprezo, chegou sem estratégia e proposta. E depois vendeu uma versão edulcorada para a imprensa americana que, vergonhosamente, em parte  comprou: de que ele teria feito um acordo, ele diretamente em Copenhague. Ora bolas!

Houve um acordo, mas ele foi minguando. Tinha muitas ambições, encolheu na mesa dos negociadores e ficou raquítico na mesa dos líderes mundiais. No final a ONU declarou que as partes "tomaram nota" da existencia de um acordo de Copenhague.
Perdeu-se uma excelente oportunidade, mas ninguem acha que essa seria a batalha final para que a humanidade caminhasse com mais sensatez. Outros debates virão, outras COPs,

No sábado os restos de fatos ainda aconteciam no Bella Center. O incansável Yvo de Boer, secretário geral da Convenção do Clima, falou sobre o próximo passo: 'agora é preparar o caminho para a Cidade do México "( em dezembro de 2010 a COP 16 será na Cidade do México. No meio do caminho haverá uma reunião em Bonn) Nunca vou esquecer a cobertura da COP 15. Foi emocionante, independentemente da cena final. Foi a primeira grande cobertura em que eu vi o twitter se espalhando como uma ferramenta dos jornalistas. Tive a sensação de estar em contato permanente com quem me seguia no twitter. Foi incrível. A todos que me mandaram tweets carinhosos, um abraço forte, aos que criticaram obrigada também porque ficaram em contato.  Foi uma cobertura que exigia tudo do cérebro mas também atravessava o coração, pus os dois a serviço da notícia e alguns perceberam como minha amiga Clara Favilla. O cérebro deixei correr solto, o coração tentei segurar.A cobertura exigiu tudo do físico: dormimos pouco, comemos mal, trabalhamos em volume quase desumano. Nos dias em que as noites foram abolidas, perdemos a conta das horas de trabalho. Os jornalistas compartihavam o espanto com o volume do trabalho em desabafos na fila do café.

Esse assunto não é um tema de temporada. Ele ficará conosco. Desafiador, abrangente. Ele entrou em todas as áreas, também na economia que é o veio central do meu trabalho jornalístico. Por isso ele já está incorporado ao meu jornalismo. Vou continuar alerta. E quando a vocês? Se ficarem, nos encontraremos; se cansaram, nos veremos em outros temas. O jornalismo no qual acredito está atento ao seu tempo. E esse é o tempo presente. Nele navego transmitindo o que vejo, penso, descubro nessa grande Ágora que é o mundo da comunicação.

Sim, sinto decepção e tristeza, mas não vou abandonar esse barco, como não abandonei o barco da luta brasileira pela estabilização da moeda, mesmo depois que os planos fracassavam, Ainda estou em Copenhague. Soube que os vôos estão atrasados. Estou a caminho de casa. E essa é uma aconchegante sensação. Aqui em Copenhague havia um detalhe curioso. Em cima da cama do apartamento que aluguei tem uma enorme foto do Rio de Janeiro. Na sala uma enorme foto das Cataratas do Iguaçu. Rasmus, o dono do apartamento, é apaixonado pelo Brasil.

Miriam Leitão (O Globo)
Quase 20% da população do planeta 
(mais de 1 bilhão de pessoas) 
não tem acesso à água potável.



Reservatórios do país estão quase cheios


Segundo a ANA, os principais reservatórios de água do país estão perto de sua capacidade máxima de armazenamento, o que aumenta a possibilidade de inundações em várias regiões do Brasil.


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